quinta-feira, 13 de junho de 2013

AVESTRUZ - MÁRIO PRATA














O filho de uma grande amiga pediu, de presente pelos seus 10 anos, um avestruz. Cismou, fazer o quê? Moram em um apartamento em Higienópolis, São Paulo. E ela me mandou um e-mail dizendo que a culpa era minha. Sim, porque foi aqui ao lado de casa, em Floripa, que o menino conheceu os avestruzes. Tem uma plantação, digo, criação deles. Aquilo impressionou o garoto. 

Culpado, fui até o local saber se eles vendiam filhotes de avestruz. E se entregavam em domicílio. 

E fiquei a observar a ave. Se é que podemos chamar aquilo de ave. O avestruz foi um erro da natureza, minha amiga. Na hora de criar o avestruz, Deus devia estar muito cansado e cometeu alguns erros. Deve ter criado primeiro o corpo, que se assemelha, em tamanho, a um boi. Sabe quanto pesa um avestruz? Entre 100 e 160 quilos, fui logo avisando a minha amiga. E a altura pode chegar a quase 3 metros - 2,70 para ser mais exato. 

Mas eu estava falando da sua criação por Deus. Colocou um pescoço que não tem absolutamente nada a ver com o corpo. Não devia mais ter estoque de asas no paraíso, então colocou asas atrofiadas. Talvez até sabiamente para evitar que saíssem voando em bandos por aí, assustando as demais aves normais. 

Outra coisa que faltou foram dedos para os pés. Colocou apenas dois dedos em cada pé. Sacanagem, Senhor! 

Depois olhou para sua obra e não sabia se era uma ave ou um camelo. Tanto é que, logo depois, Adão, dando os nomes a tudo o que via pela frente, olhou para aquele ser meio abominável e disse: Struthio camelus australis. Que é o nome oficial da coisa. Acho que o struthio deve ser aquele pescoço fino em forma de salsicha. 

Pois um animal daquele tamanho deveria botar ovos proporcionais ao seu corpo. Outro erro. É grande, mas nem tanto. E me explicava o criador que os avestruzes vivem até os 70 anos e se reproduzem plenamente até os 40, entrando depois na menopausa. Não têm, portanto, TPM. Uma fêmea de avestruz com TPM é perigosíssima! 

Podem gerar de dez a 30 crias por ano, expliquei ao garoto, filho da minha amiga. Pois ele ficou mais animado ainda, imaginando aquele bando de avestruzes correndo pela sala do apartamento. 

Ele insiste, quer que eu leve um avestruz para ele de avião, no domingo. Não sabia mais o que fazer. 

Foi quando descobri que eles comem o que encontram pela frente, inclusive pedaços de ferro e madeiras. Joguinhos eletrônicos, por exemplo. Máquina digital de fotografia, times inteiros de futebol de botão e, principalmente, chuteiras. E, se descuidar, um mouse de vez em quando cai bem. 

Parece que convenci o garoto. Me telefonou e disse que troca o avestruz por cinco gaivotas e um urubu. 

Pedi para a minha amiga levar o garoto a um psicólogo. Afinal, tenho mais o que fazer do que ser gigolô de avestruz.

4 comentários:

  1. Ano: 6º. Ano do Ensino Fundamental.
    Tempo previsto: 06 aulas.
    Conteúdos: conceito de crônica; retomada dos elementos da narrativa (com ênfase no foco narrativo); leitura do texto “Avestruz”, de Mario Prata; roteiro de perguntas e produção escrita.
    Competências e habilidades: conhecer o gênero “crônica narrativa”, identificar os elementos narrativos (ênfase no foco narrativo); interpretar um texto pertencente ao gênero em estudo.
    Estratégias: estudo do gênero e dos elementos da narrativa; leitura e interpretação do texto “Avestruz”; discussão com os alunos fazendo as devidas intervenções.
    Recursos: Cópia do texto; uso de datashow para reprodução dos slides com o conteúdo das aulas e uso da sala de informática.
    Avaliação: produção de um questionário e debate em sala.

    1º A aula de leitura
    O professor poderá anotar o título na lousa e pedir para a classe lê-lo em voz alta. Em seguida irá anotar as palavras que os alunos relacionarem ao nome do texto.
    • Título:
    • Avestruz
    • Animal
    • Pássaro?
    • Que tipo de animal?

    2º - O que iremos encontrar nesse texto?
    Após o título ser apresentado aos alunos, o professor fará perguntas para verificar o que o aluno espera encontrar no texto (“Quais informações vocês esperam encontrar no texto a partir desse título?). Todas as ideias colocadas podem ser anotadas na lousa, mesmo aquelas que não fazem sentido ao texto. Se preferir, criar um painel sobre o assunto em uma cartolina ou em papel pardo.

    3º A primeira leitura
    O professor fará a 1ª leitura do texto todo em voz alta, de forma pausada e dando ênfase às palavras mais frequentes ou que podem ser relacionadas ao tema. quando o texto for uma narrativa, é interessante ler apenas um páragrafo por vez, em segmento, a fim de manter a expectativa do aluno sobre a história. A leitura de todo o conteúdo do texto servirá como um primeiro contato do aluno com o assunto para, posteriormente, explorá-lo por parágrafos.

    4º Ampliando o vocabulário
    Com a leitura inicial do texto destacando alguns vocábulos, o professor poderá anotar, na lousa ou no cartaz, as principais palavras e associar ao termo palavras da mesma família (palavras cognatas) ou buscar referências no nosso cotidiano, com o objetivo do aluno perceber que o vocabulário de um texto está presente em situações cotidianas.
    VEJA:
    ¨ Assemelha = o que se assemelha,,igual. O professor pode explorar as palavras cognatas como semelhante, assemelhar,
    ¨ Erro da natureza = algo que ocorreu por acidente, sem prever.

    5º A segunda leitura
    O professor poderá pedir para um aluno ler em voz alta um parágrafo por vez . A cada parágrafo lido, o docente irá dialogar com a classe com o objetivo de buscar a ideia principal do trecho lido.O professor deve sempre manter o registro das inferências de cada aluno. No caso de haver falta de conhecimentos prévios por parte da sala, o docente poderá pedir que o aluno retorne a leitura do parágrafo e leia frase por frase a fim de buscar uma informação nas palavras-chaves.
    Quando houver uma palavra de difícil pronúncia, o professor irá anotar na lousa e ler em voz alta pausadamente .

    6º O que a leitura apresenta
    Durante todo processo de leitura, o professor irá anotar todas as inferências que os alunos irão citar. É importante anotar, inclusive, as que não eram pertinentes ao texto, pois ao final da segunda leitura, o docente poderá perguntar quais citações contemplavam o texto e porque outras não . Nessa etapa, o docente discutirá a linguagem usada no texto e o efeito que ela provoca no leitor.

    7º Sistematização
    A sistematização do que o aluno aprendeu consiste em ele se apropriar de sua própria experiência produzindo seu conhecimento.Essa produção pode ser um pequeno relato ou um desenho no qual ele poderá compartilhar em uma roda de leitura.

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  2. Olá! é uma ótima atividade para ser aplicada em sala de aula. Eu, estou trabalhando com meus discentes propostas bem semelhantes. Abraço. Professor Jonas.

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